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Por: J.J.Junior
Ah, “O Pequeno Príncipe” de Antoine de Saint-Exupéry, um clássico que transcende gerações, como aquelas rugas nos cantos dos olhos que só aparecem quando você sorri genuinamente. Este pequeno conto encantador nos lembra da importância de manter nossa criança interior viva, mesmo quando enfrentamos o cinismo do mundo adulto. Com sua narrativa poética, repleta de reflexões sobre amor, amizade e a busca pelo significado da vida, o livro tem sido uma fonte inesgotável de inspiração desde sua publicação em 1943.
Enquanto as ideias do Pequeno Príncipe flutuam pelo cosmos, mantendo-se autênticas e atemporais, é difícil não se apaixonar pela pureza das suas reflexões sobre a natureza humana. As lições sobre o valor das relações humanas, a responsabilidade que temos por aqueles que cativamos e a importância de olhar além da superfície ressoam profundamente, como um eco na vastidão do espaço.
Agora, mudando de galáxia para o sombrio mundo político, encontramos “O Príncipe” de Maquiavel, uma obra que, ao contrário do pequeno príncipe, não é conhecida por sua delicadeza. Publicado em 1532, este guia maquiavélico para a política é um manual sobre a arte de manter e conquistar o poder. Maquiavel nos ensina que os governantes devem ser astutos, pragmáticos e até mesmo cruéis, se necessário, para alcançar seus objetivos políticos.
Aqui é onde as semelhanças entre essas duas obras divergem em direções cósmicas. Enquanto “O Pequeno Príncipe” nos convida a explorar as estrelas e acreditar em sonhos, “O Príncipe” de Maquiavel nos puxa para a lama da intriga política e das maquinações maquiavélicas. São como dois planetas distintos orbitando o mesmo sistema solar literário, mas jamais colidindo.
Agora, vamos dar uma olhada no incidente no Supremo Tribunal Federal (STF). Um advogado, que aparentemente decidiu evitar a leitura em favor do Google, cometeu a heresia de atribuir a frase de para-choque de caminhão “Os fins justificam os meios” a Maquiavel, após misturá-la com o encantador mundo do Pequeno Príncipe. Oi? Será que ele confundiu o asteroide B-612 com um território maquiavélico? Certamente não encontramos esse lema questionável nas ilustrações do Pequeno Príncipe!
Mas não contente em apenas cometer esse equívoco, o advogado, em vez de defender seu cliente de forma convincente, preferiu utilizar seu tempo na tribuna da suprema corte para atacar o Ministro Alexandre de Moraes. Sua tentativa de comparação entre duas obras tão diferentes foi como misturar uma rosa com uma serpente em um baobá. Resultado? Viralizou nas redes sociais, porque, como ele mesmo disse, é só “dar um Google”.
Por fim, o Ministro deu uma aula magistral, provando que a ignorância não passa despercebida na suprema corte. E assim, a lição do dia é clara: a melhor maneira de se familiarizar com uma obra é lendo-a, não apenas dando um Google por aí. Ou, parafraseando com mais precisão, “A verdadeira sabedoria vem da leitura, não da busca preguiçosa na internet.”