Os direitos de respostas de Lula que fizeram Bolsonaro se acovardar no debate da Globo
Atacado insistentemente pelo clã presidencial e seguidores com o tema da corrupção por mais de quatro anos, Lula (PT) lavou a alma logo no início do debate da Globo, na noite desta quinta-feira (29), a ponto de fazer Jair Bolsonaro (PL) se acovardar de um tête-à-tête no terceiro bloco, quando o candidato do PL abriu as perguntas e preferiu chamar Felipe D’Ávilla (Novo) para uma dobradinha em vez de indagar diretamente o petista.
Sob a orientação de Carlos Bolsonaro (PL-RJ), logo no primeiro bloco o presidente chamou “padre” Kelmon (PTB) para uma dobradinha ensaiadíssima quando atacou repetindo o discurso da “roubalheira” e dizendo que “Lula foi o chefe de uma quadrilha”.
No direito de resposta, aceito pela Globo, Lula começou a demolir o castelo de mentiras de Bolsonaro, que se enfureceu quando o petista citou “a quadrilha da rachadinha da família, do Ministério da Educação com barra de ouro”.
“Ele falar de quadrilha comigo? Ele precisa é se olhar no espelho, e ele saber o que tá acontecendo no governo dele… Ele saber o que foi a quadrilha da vacina… O que que foi oferecer um dólar por vacina importada… Isso não fui eu que disse não, foi a CPI que disse… Se quer pedir direito de resposta, peça à CPI, não peça aqui, não… Você quando vier ao microfone, se comporte como presidente, respeite quem está assistindo… Não minta, não minta que é feio! É feio um presidente da República mentir toda hora, descaradamente!”, rebateu Lula.
Bolsonaro pediu direito de resposta e voltou ao púlpito visivelmente transtornado, chamando Lula de “mentiroso”, “ex-presidiário” e “traidor da pátria”. O ataque à honra gerou outro pedido de direito de resposta, quando Lula terminou de colocar Bolsonaro em seu devido lugar.
“Mas é uma insanidade um presidente da República vir aqui e falar o que ele fala, é de uma desfaçatez… É por isso que no dia 2 de outubro o povo vai te mandar pra casa”, disse Lula, afirmando que fará um decreto para acabar com os sigilos de 100 anos decretados por Bolsonaro e colocando um fim à discussão.
“Eu vou parar por aqui porque quero que os outros participem do debate. O presidente quando aparecer aqui, por favor, minta menos”, encerrou.
Por: Plínio Teodoro