Além dos Extratos Bancários: Universal Também Impôs Vasectomias a Pastores
A mais recente revelação escandalosa vem direto do colunista do UOL, Flávio VM Costa: a Igreja Universal do Reino de Deus, aquela famosa por seus cultos grandiosos e promessas milagrosas, agora tem exigido que seus pastores solteiros entreguem os extratos das suas contas bancárias. Isso mesmo, meus caros. Além de vigiar ovelhas, agora os pastores também precisam vigiar cada centavo que entra e sai de suas contas. Como se não bastasse, ainda são obrigados a apresentar uma lista de bens e as faturas do cartão de crédito dos últimos dois anos.
Mas, calma, não termina aí. A Universal parece ter uma predileção especial por manter seus colaboradores em rédea curta. De acordo com relatos, um pastor foi aconselhado a pedir os extratos ao banco sem mencionar que o destino final dos documentos seria a Igreja. Nada suspeito nisso, claro. Apenas uma “transparência espiritual” sendo levada ao extremo, não é?
Se você achou que exigir extratos bancários já era demais, espere até ouvir sobre a vasectomia obrigatória. Sim, ex-pastores denunciaram que, para garantir a total dedicação à “obra de Deus”, a Universal os obrigava a passar por esta cirurgia antes de casar. A justificativa? Manter o compromisso exclusivo com a Igreja. A instituição, é claro, nega veementemente essas acusações, embora a Justiça tenha condenado a Universal a pagar R$ 100 mil em indenização a um pastor por esta mesma imposição. Será que toda essa “abnegação” não está indo longe demais?
Durante a pandemia, a Universal não perdeu tempo e orientou seus pastores a solicitar auxílio emergencial, com a ordem explícita de informar à instituição para que o valor fosse descontado dos seus salários. Uma atitude generosa e altruísta? Ou apenas mais uma forma de controle financeiro disfarçado de ajuda? Afinal, pelo menos 69 religiosos acessaram o benefício. Mas não espere que a Igreja comente sobre esses assuntos internos pela imprensa, já que, segundo eles, qualquer informação “caluniosa e/ou difamatória” será tratada judicialmente.
E a saga da Universal não se restringe ao Brasil. Em Angola, pastores locais se revoltaram contra a direção brasileira da instituição, denunciando um esquema de desvio de dinheiro que levava ilegalmente cerca de US$ 30 milhões a cada três meses para a África do Sul. Somando-se a isso, a insatisfação dos angolanos foi registrada em um manifesto que apontava práticas de racismo, discriminação, abuso de autoridade, imposição de vasectomia e intromissão na vida conjugal dos religiosos.
Com tudo isso, fica a pergunta: até onde vai o controle de uma instituição religiosa sobre seus membros? Até onde a fé justifica invasões tão profundas na vida pessoal e financeira de seus pastores? E, acima de tudo, onde está o limite entre devoção e coerção? A Universal, com suas práticas controversas, levanta questões que todos deveríamos refletir. É hora de questionar, provocar e, talvez, exigir respostas mais claras e transparentes. Afinal, fé cega nunca foi sinônimo de justiça.