Namorada de corretor de imóveis morto a facadas em Ribeirão Preto se entrega à polícia e diz que agiu em legítima defesa
Por EPTV e g1
A fotógrafa Brenda Caroline Pereira Xavier, de 29 anos, principal suspeita de esfaquear e matar o corretor de imóveis Carlos Felipe Camargo da Silva, de 29 anos, se apresentou na Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Ribeirão Preto (SP) na tarde desta quarta-feira (6). Ela apresentava hematomas no rosto e pescoço.
De acordo com o delegado Rodolfo Latif Sebba, responsável pelo caso, Brenda, que era namorada da vítima, confessou o crime e disse que agiu em legítima defesa. Ela foi ouvida e liberada.
“Ela alegou que estava sendo agredida por ele e que a única forma de se defender seria pegando uma faca que estava no local e desferindo nele. Ela alegou isso, legítima defesa. Mas a obrigação da polícia agora é apurar os fatos e tentar entender o que aconteceu”.
Carlos morreu na noite do último domingo (3) após dar entrada em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) com, pelo menos, nove perfurações de faca na região do abdômen.
Segundo a família do corretor, ele morava em Ribeirão Preto há quatro anos e tinha um relacionamento conturbado com Brenda.
O corpo de Carlos foi sepultado na terça-feira (5), na Praia Grande (SP).
Legítima defesa
Em depoimento à polícia, Brenda disse que era frequentemente agredida durante o relacionamento que tinha com Carlos. À EPTV, afiliada da TV Globo, a fotógrafa disse que ‘jamais tiraria a vida do namorado’, mas se sentiu ameaçada por ele.
“Eu jamais tiraria a vida dele. Mas isso teve que ser feito para salvar a minha. Não foi a primeira agressão que sofri, já teve outras e existem provas disso também”.
O caso
De acordo com a polícia, na noite do crime, Carlos foi até a casa da mãe e do irmão, Bruno Camargo Felício, com os pertences e pediu para voltar a morar com a família.
À polícia, Felício contou que, em seguida, Brenda apareceu no local e os dois conversaram do lado de fora do imóvel por cerca de dez minutos.
Depois da conversa, Carlos informou à família que ia reatar o namoro e voltar com Brenda para a casa onde viviam, no Ribeirão Verde.
O irmão também disse à Polícia Civil que horas após o casal ir embora, recebeu uma ligação da mãe da suspeita dizendo que Carlos teria sofrido um acidente e morrido, mas sem explicar ou dar detalhes do que tinha acontecido.
Ao chegar à UPA Norte, para onde a vítima foi levada, o irmão foi informado que ele havia sido esfaqueado ao menos nove vezes.
De acordo com o boletim de ocorrência, na casa onde Carlos vivia com Brenda, a polícia constatou a presença de sangue em diferentes cômodos, inclusive em um dos quartos em que a mobília estava quebrada.
O imóvel ainda estava molhado, aparentando ter sido lavado, o que, segundo a polícia, indicaria a tentativa de mascarar a cena do crime. A faca utilizada no crime não foi encontrada.