IA e a Busca pela Imortalidade: Uma Aliança Promissora

IA e a Busca pela Imortalidade: Uma Aliança Promissora

setembro 6, 2023 0 Por sertao16

A busca incansável pelo elixir da vida é algo que está no cerne da história da humanidade. Enquanto na antiga mitologia grega, ouvíamos contos sobre Zeus envenenando seu próprio pai, o titã Cronos, para garantir a imortalidade, a ciência moderna, por outro lado, está ocupada debatendo maneiras de dar uma guinada no envelhecimento com a ajuda da física.

Um grupo de cientistas brilhantes da startup californiana Integrated Biosciences, em parceria com pesquisadores de ponta da Universidade Harvard e do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), nos Estados Unidos, decidiu levar essa jornada a um novo patamar.

Eles lançaram um estudo com um nome que pode parecer um tanto complicado: “Descobrindo pequenas moléculas senolíticas com redes neurais profundas”. Mas não deixe que o nome te assuste!

Embora o estudo não tenha gerado muita agitação fora do mundo acadêmico desde que foi publicado na revista Nature Aging em maio deste ano, os resultados são emocionantes. Basicamente, esses cientistas utilizaram a inteligência artificial (IA) para encontrar substâncias que podem retardar o envelhecimento celular e, por consequência, ajudar no combate a doenças como fibrose, tumores, inflamações e problemas nas articulações.

Felix Wong, um físico e matemático americano especializado em biofísica e um dos fundadores da Integrated Biosciences, explica: “Procurar uma nova droga é como tentar encontrar uma agulha em um palheiro. No nosso caso, o palheiro é constituído por todos os possíveis compostos químicos já criados ou que poderiam ser desenvolvidos”.

Usando a IA, Wong e sua equipe testaram como mais de 800 mil soluções químicas diferentes reagiram aos potenciais remédios que podem selecionar e eliminar essas “células zumbis” que aceleram o processo de envelhecimento.

No final das contas, eles identificaram três candidatas promissoras para controlar esse processo. Wong acrescenta: “Se tentássemos fazer isso manualmente, ou seja, examinando cada composto individualmente, seria uma tarefa monumental, já que o palheiro de opções seria praticamente infinito. Usamos a IA para vasculhar esse palheiro de maneira muito mais eficiente, fazendo com que a máquina previsse quais candidatas a medicamentos têm mais chances de funcionar”.

Essencialmente, esses cientistas estão usando a IA para fazer uma triagem rigorosa em uma vasta gama de substâncias químicas e encontrar aquelas que podem ser a chave para retardar o envelhecimento.

No entanto, antes de ficarmos animados demais, é importante notar que essas descobertas ainda estão em estágio inicial. Embora uma das substâncias tenha mostrado resultados promissores em camundongos, ainda há um longo caminho a percorrer antes que possamos considerar isso como o “elixir da vida”.

A ideia não é alcançar a imortalidade, como os antigos mitos chineses nos contam, mas sim encontrar maneiras de prolongar nossas vidas, tornando-as mais saudáveis e ativas. Afinal, tanto a Física quanto a Filosofia nos lembram que a imortalidade é um sonho inalcançável, mas viver uma vida longa e saudável é algo que vale a pena buscar.