Delação de Cid: Uma Lava-Jato de Bolso ou Apenas uma Tempestade em Copo D’Água?

Delação de Cid: Uma Lava-Jato de Bolso ou Apenas uma Tempestade em Copo D’Água?

setembro 11, 2023 0 Por sertao16

A homologação do acordo de delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, foi recebida com tanto entusiasmo quanto um novo episódio de um reality show onde as celebridades tentam encontrar sua dignidade perdida. Os bolsonaristas, famosos por suas sutilezas, não economizaram nas comparações, igualando este caso àquelas reviravoltas emocionantes da Operação Lava-Jato. Enquanto isso, Bolsonaro, o mestre da esquiva política, preferiu falar sobre assuntos mais importantes, como suas mensagens motivacionais não muito originais.

Jair Bolsonaro, em sua costumeira maestria na arte da evasão, evitou mencionar Mauro Cid e, em vez disso, dedicou suas redes sociais para nos lembrar do início da operação do PIX. Aparentemente, transações financeiras instantâneas são mais empolgantes do que o possível afundamento de sua nau político-criminal. No domingo, ele nos presenteou com um vídeo de um evento que ninguém sabe quando aconteceu, onde ele alegadamente ouve a frase “não desista” de seus apoiadores, provavelmente referindo-se à sua luta incansável para manter-se fora da cadeia.

A esposa, Michelle Bolsonaro, optou por ficar em silêncio após a homologação da delação de Cid. Em vez disso, ela discursou sobre “não perder a esperança” em um culto evangélico, lembrando a todos que até mesmo a primeira-dama precisa de um pouco de fé quando o circo está pegando fogo.

Os filhos de Bolsonaro também não perderam a oportunidade de se manifestar. Carlos, o vereador, reclamou da cobertura da imprensa sobre a delação de Cid, sugerindo que a mídia está mais interessada em fofocas do que em questões sérias. Ele também aproveitou para criticar o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, por manter-se afastado do pai, como se isso fosse uma estratégia desmascarada e não apenas uma questão de sobrevivência política.

Quanto a Flávio e Eduardo Bolsonaro, eles evitaram tocar no assunto da delação e preferiram atacar o governo Lula, porque, afinal, sempre é hora de apontar dedos para desviar a atenção de problemas familiares. Aparentemente, os ciclones extratropicais não são tão interessantes quanto a retórica política.

Fábio Wajngarten, um dos aliados mais próximos do ex-presidente, garantiu a todos que “não há o que delatar”, deixando claro que o circo continua firme e forte. No sábado, ele também pediu uma investigação sobre um suposto risco à vida de Cid, provavelmente apenas para adicionar um toque de suspense a esta novela brasileira.